Mulheres hemofílicas podem engravidar?

A hemofilia é uma condição que afeta majoritariamente o sexo masculino, porém em casos isolados algumas mulheres também podem apresentar a doença. Isso acontece quando os cromossomos de ambos os pais possuem a mutação, afetando a coagulação do sangue que é um dos principais problemas enfrentados por hemofílicos. Dessa forma, é necessário que o problema seja identificado o quanto antes, principalmente, porque engravidar se torna um momento que necessita de cuidados constantes.

 

Mulheres e a hemofilia

Todos nós temos dois cromossomos sexuais: nas mulheres, eles são iguais e recebem o nome de X, já nos homens, eles são diferentes e um é X e o outro Y. Dessa forma, durante a fecundação recebemos um cromossomo X, que vem da nossa mãe, e outro, que pode ser X ou Y, do nosso pai. A hemofilia, portanto, acontece quando há uma alteração no cromossomo X, tornando a mulher a responsável por transmitir a doença aos filhos.

De acordo com a hematologista do Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Joyce Bizzacchi, uma mulher tem raras chances de ser hemofílica, mas isso é algo que pode acontecer. “Para que uma mulher nasça com hemofilia é necessário que a mãe seja portadora de um cromossomo deficiente e o pai seja hemofílico, também com o X alterado”, explica.

Sendo assim, na hora da fecundação os dois cromossomos X que levam a formação de um indivíduo do sexo feminino (XX) são afetados e geram uma menina hemofílica. Quando a doença é identificada, é muito importante proporcionar acompanhamento médico durante toda a vida, principalmente, na adolescência visto que o ciclo menstrual precisa ser interrompido devido ao fato de que qualquer sangramento pode significar um risco.

 

E na hora de engravidar, isso é possível?

Uma mulher hemofílica pode engravidar, porém antes disso é importante conversar com o obstetra e com o hematologista. É muito importante avaliar os riscos da gestação, do parto bem como da possibilidade de a doença ser transmitida para a criança – que nesses casos pode chegar a 50%.

Nesse sentido, existem algumas recomendações que devem ser seguidas para que a gestação seja segura para a mãe e o feto:

 

Durante a gravidez:

A mulher hemofílica deve ter acompanhamento médico frequente para reduzir as chances de abortos espontâneos. Além disso, é importante acompanhar os níveis de fatores coagulantes, principalmente quando a gravidez se aproxima.

 

Parto:

O mais indicado é o parto normal, pois o uso de fórceps e vácuo, que são instrumentos que ajudam a puxar o bebê pela cabeça para facilitar a saída, devem ser evitados. No caso de cesária, também se faz necessário uma preparação para que os níveis do fator estejam ajustados para a cirurgia.

 

Após o parto:

A mãe deve ser mantida sob observação pela equipe médica. Alguns exames que medem o nível de ferro no sangue e os fatores coagulantes podem ser solicitados para evitar algum tipo de complicação. Transfusões de sangue também podem ser realizadas se houver necessidade.

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